Duas palavras breves no momento em
que se inaugura na sala de exposições do Palácio Vila Flor uma exposição
fotográfica integrada no programa de Arte e Arquitectura de Guimarães 2012
Capital Europeia da Cultura.
Com a exposição “Paisagem
transgénica”, este programa mostra mais um dos suas valores, afirmando a
dimensão própria, a pertinência das suas escolhas e colocando à disposição dos
públicos os modos como teceu as sua relações com outras áreas de programação da
Capital Europeia da Cultura. Quero agradecer à Professora Gabriela Vaz
Pinheiro, agora que o programa que assinou emerge em plenitude na Guimarães
2012, a inteligência, o profissionalismo, a convicção e a exigência que trouxe
a este projecto.
Um testemunho de reconhecimento
também é devido aos curadores desta Missão Fotográfica, Paulo Catrica e Pedro
Bandeira. Eles propuseram-se comissariar uma apropriação pelo campo artístico
da fotografia de uma das realidades mais complexas do Vale do Ave e de
Guimarães: aquilo a que alguns chamaram a rurbanidade, um território onde a
urbanização anda a par de uma “mistura de actividades ao um nível mais
capilar”, para usar uma expressão de Nuno Portas. O desafio posto aos
fotógrafos convidados – Katalin Déer, Filip Dujardin, JH Engstrom e Guido Guidi
foi o de registarem exactamente a outra cidade, a que não é Património da
Humanidade, não é compacta, mas fragmentada e difusa, a “cidade sem modelo” e
com aquela eventualmente se confronta.
Os trabalhos resultantes da missão
que lhe foi atribuída, na sua diversidade técnica, de perspectiva e de ponto de
aplicação formam um contributo interpetativo cujo alcance me atrevo a
sublinhar. Eles permitem ao observador que se desloque, que se imiscua de outro
modo no objecto. Que o reconheça de outra formas e sobre ele possa extrair ou
desconstruir outras narrativas.
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