Claude Lévi-Strauss - Seria uma infantilidade. Séculos de história e de ideias demonstram que esse é o destino comum.
D. E. - Mas ter realizado tanto trabalho...
C. L.-S. - Porque é que trabalhei tanto? Quando trabalho vivo momentos de angústia, mas quando não trabalho sinto um desgosto sombrio e a minha consciência atormenta-me. A vida de trabalho não é mais alegre que a outra, mas ao menos não se sente o tempo a passar.
Claude Lévi-Strauss, Didier Eribon, De Près et de Loin. Paris, Éditions Odile Jacob, 1988. p. 136.
Claude L.-S- e D. Eribon
1 comentário:
Sem deixar de ser recompensa para uma vida de trabalho, a de não se sentir o tempo a passar parece-me escassa.
Os outros lembrarem ou esquecerem o trabalho realizado ao longo de uma vida não está sequer em causa por escapar inteiramente ao controlo do próprio.
O trabalho que cada um realiza responde a uma necessidade própria.
É uma espécie de destino ao qual não se pode fugir, sob pena de não se poder vir a ser quem se é (parece-me).
- Isabel X -
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