A 8 de Agosto de 2007, a propósito da polémica nomeação de Paulo Henriques para o cargo de Director do Museu Nacional de Arte Antiga, em substituição de Dalila Rodrigues, escrevi no site Cidade Imaginária.
"No actual processo aparentemente ninguém - jornalistas, políticos apressados - curou de saber quem é o Dr. Paulo Henriques. Dir-me-ão que o problema não é esse, mas o dos motivos da não recondução da Dr.ª Dalila. Mas como esta aceitou ser comentadora do seu próprio caso, a decisão do Presidente do Instituto da Conservação e Museus mostrou-se natural e lógica. E a escolha do Dr. Paulo Henriques é certeira, sem deixar de ser igualmente inovadora.
O Dr. Paulo Henriques não precisa de nenhuma carta de recomendação, porque o seu curriculum fala por si. Tive o privilégio de ter acompanhado parte da sua carreira, tendo colaborado directamente com ele, nos planos científico e institucional, em diversas circunstâncias, e por isso gostaria de aqui vincar o alto apreço pelo seu saber e pela sua capacidade de liderança de projectos museológicos. Como os caldenses bem recordarão, o Dr. Paulo Henriques dirigiu o Museu de José Malhoa na primeira metade da década de 90 e coordenou a equipa que concebeu e montou o Museu do Hospital e das Caldas. Veio a seguir a direcção do Museu do Azulejo, que consolidou como um dos principais museus nacionais e a mais importante referência museológica da cerâmica portuguesa. Foi também sob a sua responsabilidade que arrancou a formação do Museu da Presidência da Republica, em 1996. O reconhecimento das capacidades do Dr. Paulo Henriques explicam que, nos ultimos 10 anos, a mais destacada representação cultural externa, promovida, quer pelo Presidente da República quer pelo Governo, tenha contado com exposições de azulejaria portuguesa organizadas pelo Dr. Paulo Henriques.
Ao novo director do Museu de Arte Antiga, perante este desafio exigente, um voto de bom trabalho."
Acrescento que, por proposta minha, aprovada por larga maioria, o Dr. Paulo Henriques é membro do Conselho Geral do Instituto Politécnico de Leiria, sendo uma dez personalidades cooptadas em representação da sociedade e da cultura.
quinta-feira, 21 de janeiro de 2010
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6 comentários:
Vou ter que esperar pelo post seguinte, ou talvez pelo que virá a seguir a esse, para ficar a saber por que razão não foi o Dr. Paulo Henriques reconduzido no cargo de director do Museu de Arte Antiga. Julgo saber que é isso que se passa agora e era isso que esperava ver esclarecido, ou que fosse esse o assunto em causa, quando comecei a ler este post.
- Isabel X -
Não sei as razões, nem isso me importa neste momento. Quis reafirmar publicamente hoje o que afirmei publicamente no dia em que ele foi nomeado para o cargo de Director do Museu de Arte Antiga. Gostaria que quem tem o poder de o nomear e não nomear também reconhecesse a altíssima qualidade do seu trabalho ao serviço do Património Museológico do País.
Claro que o João não sabe as rezões. Mas como é possível reconhecer "a altíssima qualidade do trabalho ao serviço do Património Museológico do País" do Dr. Paulo Henriques, esperar que quem nomeia ou não nomeia também a reconheça e, ao mesmo tempo, considerar que não importam as razões por que não é nomeado? Devem ser razões muito pouco razoáveis... Tanto mais que o João sentiu necessidade de "reafirmar publicamente hoje" o que havia afirmado quando o Dr. Paulo Henriques foi nomeado, em condições bem adversas para ele, aliás, director do Museu de Arte Antiga. Embora o facto actual que está na origem desta sua justa atitude não seja mencionado por si.
- Isabel X -
Repare. O meu comentário há dois anos e meio começou exactamente por afastar a questão dos motivos. O Director do Museu de Arte Antiga tem um estatuto especial, e único.É um cargo equivalente a director-geral, e de acordo com a legislação em vigor, esses cargos ficam automaticamente sujeitos a recondução ou não quando muda o Governo. Portanto o Dr. Paulo Henriques deixou de ser director do Museu de Arte Antiga quando entrou o novo Governo. Exerceu o cargo apenas até à nomeação e um novo Director, que podia ser o próprio ou outro. O Governo decidiu outro. O Governo é que decide a política cultural.
Estou esclarecida. Obrigada, João.
- Isabel X -
Do que li no jornal Público,o Dr. Paulo Henriques não terá perfil de gestor (!!!!) nova condição para se ser director de um Museu. Claro que concordo que se faça uma boa gestão dos recursos orçamentais das institutições, mas os que são dados no momento aos Museus, se te tal forma miseráveis, que não serão necessários bons gestores, mas sim santos milagreiros.
Trabalhei com o Dr. Paulo Henriques na programa museológio do novo Museu do Hospital e das Caldas. Guardo dele o rigor professional aliado a uma enorme facilidade de gerir recursos humanos, prova feita no Museu Malhôa. Enquanto trabalhou nas Caldas e já depois, manteve sempre um especial carinho pela região e a sua participação em diversos assuntos tem sido enriquecedora.
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