sexta-feira, 4 de novembro de 2011

À janela de Alves Redol


Tudo isso lembrava ao velho Teimas os seus tempos de cavador. E essas recordações tornavam-no mais feliz naquele instante. Era um vicioso da terra e não tinha razões para se arrepender, apesar de outros mais novos pensarem em abalar dali, trocando o Alto Douro por uma viagem ao Brasil. Nunca tal lhe passara pela cabeça; nem nos dias terríveis da filoxera. E, se tinha lágrimas para chorar, também muitas alegrias ficara a dever à terra. Essa terra que os homens cantavam nas cavas, chamando-lhe Maria Cavaca, “a que tinha mais buracos do que janelas tem Roma.”

Alves Redol, Horizonte Cerrado: Port Wine 1.1949.

Sem comentários: