A figuração em pedra ou bronze de personalidades destacadas das vilas e cidades cedeu hoje o lugar a composições que visam obter uma identificação imediata do lugar. Obviamente. São marcas colocadas em espaços públicos de grande visibilidade, de preferência rotundas que distribuem o trânsito nos pontos de entrada e atravessamento urbanos. A colecção deste tipo de intervenções com grande impacte visual não cessa de aumentar.
O segundo exemplar que trago pode ser visto em Alpiarça. Situa-se no centro de uma nova praça. Atente-se na legenda da obra.
7 comentários:
A exposição deste espaço público deixou a desejar. E, onde está o par masculino igualmente desfrutável? (jocoso)
Então, apenas o sexo feminino é o alvo...
Talvez, seja o ponto entre a estética e a ética um patamar de ilusão que finge ser arte, e elabora na freqüência de pensamentos dos apetites e insatisfações que confrontam comportamentos e atentam contra o bom gosto e a moral. Convenhamos.
E as pessoas obviamente têm suas regras acima do bem ou, mal, honestíssimas e de sabor irrefutável cujo critério do marketing é o detentor da causa. E como agravante, há quem goste de apelos, pois correm ao tamanho da necessidade do próprio termo. Infelizmente ou felizmente? Quem é de fato a sociedade...
Esta, avança ao elemento invisível e torna-se um movimento de catarse “kátharsis”.
É o que se chama "cultura pimba" no sua mais lídima expressão!
Para mais, a Igreja matriz fica quase em frente, o que fez rebolar de gozo os jacobinos-débeis-mentais da minha pobre terra natal...
Um boneco, noutra escala, claro, e um jogo de palavras perfeitos na prateleira ou parede de qualquer taberna (onde a brejeirice, além de estimável, é saudável).
E, se esta uma Bacante?
Ah! Como sois desgastada pelo tempo, esfuma na fumaça qual torpor avarento cuja vaidade da sina foi códice e, é reprima, vindima de vento.
Quis o artista/escultor figurar a uva e o vinho da melhor casta numa figura de jovem mulher, bela, de músculos e seios firmes, remetendo-nos para o prazer do vinho ordenado e temperado.
Os antigos figuravam Dionísio como jovem imberbe, inocente e belo, remetendo para o mesmo prazer ordenado e temperado. Já Baco surge-nos na figura de velho decadente, ar dissoluto mostrando a degradação e a fealdade do vício.
Se a representação de Baco não nos oferece qualquer reparo, na crítica que faz ao abuso dos prazeres que geram vícios, o mesmo não se pode dizer à representação de Dionísio. Um jovem imberbe, belo e rosado, entregue à bebida e entregando-se à volúpia do olhar do artista e do espectador da obra, parece-nos bem. Gostos da época, dir-me-ão, ou identidades de “género” (como agora se diz) mal disfarçadas do artista, direi eu.
Em Alpiarça o artista criou o que, ao seu gosto e ao seu olhar, lhe pareceram corresponder melhor aos prazeres que a uva e o vinho simbolizam. Parece que a coisa merece reparos moralistas disfarçados de crítica de arte, ou de feminismos politicamente correctos.
Se a estética da obra merece reparos, não sei porque me sinto sapateiro. Quanto à escolha figurativa, não podia estar mais de acordo com o artista. A jovem representada é sem dúvida da melhor casta! Quem não gostar que se delicie olhando o infante rechonchudo de Caravaggio ou o efebo de da Vinci…gostos!
Se o subtil jogo de palavras é arte, a exibição da homonomia fácil e óbvia, naquele local, talvez seja mera boçalidade. E sugeri-lo nada tem de moralista (... o mesmo dificilmente se dirá de quem tanto se esforça para ver moral onde ela não releva).
Claro! É, apenas, uma questão de bom gosto, de delicadeza, nada mais.
De tão ridículo, o assunto nem consegue ser triste, ou brejeiro, ou o que quer que seja. Só ridículo, atrozmente...
Cuidado, Xico, olhe que a preocupação constante em pensar de modo diferente dos outros pode ser muito estimulante, reveladora de carácter e de coragem, mas... a partir de certa altura é viciante.
Uma adição impeditiva da clarividência de pensamento (que disso está cativo), da liberdade e da independência como qualquer outra.
- Isabel X -
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