Ouvi Ariane Mnouchkine* chamar-nos "heróis da cultura" e é verdade que precisamos muitas vezes de coragem para tentar instilar nos cérebros das nossas crianças o fermento da cultura, da ciência e da poesia, o grão do civismo e da reflexão. É igualmente verdade que por vezes travamos este combate em vão e que os panos destinados às nossas classes saem mal cortados, pouco preparados para se adaptarem às mudanças do mundo contemporâneo, menos ainda para as pensarem. Poderão até - se acaso encontrarem aplicação - ser por esta consumidos ou esmagados sem resistência. Alguns salvar-se-ão, certamente. Mas esta escolha - esta selecção - apresenta cada vez mais uma relação directa com a origem social, ao passo que os heróis da cultura estão cansados e um pouco desesperados.
No Le Monde de ontem.
* Fundadora e directora do Théâtre du Soleil.
quarta-feira, 23 de dezembro de 2009
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