domingo, 14 de junho de 2009

Resultados e consequências

Foi um Primeiro Ministro do PS que iniciou a prática de tirar consequências sobre a legitimidade política  de um Governo que sofrera um desaire em eleições não legislativas. Como alguém advertiu nessa altura, as regras da democracia não autorizam, porém, esse tipo de ilações. Há actos eleitorais legislativos, autárquicos, europeus e presidenciais, cada um com fins próprios. Por algum motivo, eles têm calendários diferentes e agendas distintas. Não é aceitável pretender que o Governo veja diminuída a sua capacidade de conduzir a política nacional por efeito de umas eleições que não se destinavam a avaliar a sua actuação. Quem acha plausível que o Governo seja transformado numa espécie de governo com capacidade diminuída devia levar a posição até às últimas consequências e pedir a demissão do Governo. Não seria inoportuno que o Presidente esclarecesse a sua posição sobre este tema capital.

2 comentários:

Anónimo disse...

Viva João Serra.

Na área que conheço melhor, a da Educação, passou-se o seguinte: o actual governo usou as suas políticas educativas como forte argumento de uma campanha europeia; para além do conhecido epíteto reformista, acrescentou-lhe a designação "profunda revolução" pela voz do primeiro da lista do partido político que suporta a governação.

Ora, se se considerar que hoje todos reconhecem que a justa luta dos professores tinha consigo a força da razão (e pode crer que tem sido duríssimo e que os professores não se revêm nos "coitadinhos" que Jorge Pedreira usou em plena Assembleia da República) e que os resultados eleitorais penalizaram fortemente o partido do governo, esperamos que haja alterações urgentes e que não se diga que se deve esperar por um próximo acto eleitoral para se agir no sentido de preservar o que ainda resta do tímido poder democrático das escolas.

Para isso, e pelo menos para isso, o governo tem toda a legitimidade. A não ser assim, não auguro nada de bom para o partido político que suporta o governo e que está transformado naquilo que o João Serra designou.

Obrigado.

Abraço.

Paulo Prudêncio.

João Ramos Franco disse...

É verdade que o Presidente deva esclarecer a sua posição neste caso, mas como já deve ter raparado, ele escuda-se com que não se deve manifestar quanto a questões que digam respeito aos partidos politicos.
João Ramos Franco