Pablo Picasso (1881–1973), The Woman at the Window, state II. 1952
1 comentário:
Jacinta
disse...
Em Castelo Branco há tardes de Verão que ardem, como a menina deitada na cama de grades. Labare- das nas faces, cinza nas pálpebras, rosna-lhe um temporal no peito mas dorme o sono das marés que se despedem. Meningite, também esta filha? Para tão dobrados tratos hás-de encontrar as culpas que te cabem. mas não agora. Agora, é o Pai que não chega nem traz o médico. Agora, é ir das grades à janela e da janela às grades da cama. Agora, é andar, sem poder fugir. Depois é parar, encostar a testa à vidraça quente e escutar. Estar só. Agoni-zar. E aos pés da cruz não estar ninguém.
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Em Castelo Branco há tardes de Verão que ardem, como a menina deitada na cama de grades. Labare- das nas faces, cinza nas pálpebras, rosna-lhe um temporal no peito mas dorme o sono das marés que se despedem.
Meningite, também esta filha? Para tão dobrados tratos hás-de encontrar as culpas que te cabem. mas não agora. Agora, é o Pai que não chega nem traz o médico. Agora, é ir das grades à janela e da janela às grades da cama. Agora, é andar, sem poder fugir. Depois é parar, encostar a testa à vidraça quente e escutar. Estar só. Agoni-zar. E aos pés da cruz não estar ninguém.
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