Foi de incerta feita — o evento. Quem pode esperar coisa tão sem pés nem cabeça? Eu estava em casa, o arraial sendo de todo tranqüilo. Parou-me à porta o tropel. Cheguei à janela.
Um grupo de cavaleiros. Isto é, vendo melhor: um cavaleiro rente, frente à minha porta, equiparado, exato; e, embolados, de banda, três homens a cavalo. Tudo, num relance, insol
itíssimo. Tomei-me nos nervos. O cavaleiro esse — o oh-homem-oh — com cara de nenhum amigo. Sei o que é influência de fisionomia. Saíra e viera, aquele homem, para morrer em guerra. Saudou-me seco, curto pesadamente. Seu cavalo era alto, um alazão; bem arreado, ferrado, suado. E concebi grande dúvida.
"Famigerado", in Primeiras Estórias, Editora Nova Fronteira. Rio de Janeiro, 1988, pág. 13.
1 comentário:
E esse famigerado termo “Estórias”, nunca aceite pela norma culta, que detesto e, no dizer irónico de Celso Pedro Luft, a forma como J. G. Rosa decidiu “glorificar, imortalizar a ausência do agá”.
Não conheço a obra em questão, sei-a somente editada pela 1.ª vez em 1962, por isso pergunto: como continua a ação? Que falta? que se segue?
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