Penso em Miguel Portas: tão novo para morrer, com tanto para viver ainda! A morte torna-nos graves. A um dia da comemoração de Abril, a um dia de mais um momento da programação de Guimarães referente a Nuno Portas.
Penso no pai e na mãe. Ninguém devia ter que viver a perda de um filho.
O Miguel Portas (trato-o assim por sentir certas afinidades de respiração comum) foi uma alma grande e inteira, feita de um corpo de inquietação pelo mais alto das nossas vidas: a justiça, sobretudo para os mais fracos. Os seus gestos públicos, marcados pela inteligência, tolerância, convicção e empenho, são afinal a expressão de um amor apaixonado por um Portugal, que queria livre e fraterno, a sua Mátria a quem serviu de cem maneiras, que foi também uma Pátria em construção no diálogo com o Outro, a Europa, o Mundo. As suas andanças pelo Médio Oriente, que a RTP transmitiu em programas, à procura das marcas que a nossa história aí deixou, apontam assim no mesmo sentido: elas falam de nós quando nos afastámos para além de nós, dão-nos a ver o Outro que já fomos, mas o Outro é o pano de fundo onde se inscreveram os nossos gestos. É assim no diálogo do presente com o nosso passado e de nós com o Outro que se encontra o caminho a trilhar para que Portugal possa hoje reorientar a sua situação debilitada. E é a reafirmação política da Europa que há-de condicionar a nossa reabilitação. Nós assistimos a este compromisso firme, que Miguel Portas traçou até ao fim, entre o destino da Europa na sua conexão orgânica com Portugal. Obrigado, Miguel, por tudo o que fizeste no plano público. Oxalá, bebamos a lição do teu exemplo.
2 comentários:
Penso em Miguel Portas: tão novo para morrer, com tanto para viver ainda!
A morte torna-nos graves.
A um dia da comemoração de Abril, a um dia de mais um momento da programação de Guimarães referente a Nuno Portas.
Penso no pai e na mãe. Ninguém devia ter que viver a perda de um filho.
- Isabel X -
O Miguel Portas (trato-o assim por sentir certas afinidades de respiração comum) foi uma alma grande e inteira, feita de um corpo de inquietação pelo mais alto das nossas vidas: a justiça, sobretudo para os mais fracos.
Os seus gestos públicos, marcados pela inteligência, tolerância, convicção e empenho, são afinal a expressão de um amor apaixonado por um Portugal, que queria livre e fraterno, a sua Mátria a quem serviu de cem maneiras, que foi também uma Pátria em construção no diálogo com o Outro, a Europa, o Mundo.
As suas andanças pelo Médio Oriente, que a RTP transmitiu em programas, à procura das marcas que a nossa história aí deixou, apontam assim no mesmo sentido: elas falam de nós quando nos afastámos para além de nós, dão-nos a ver o Outro que já fomos, mas o Outro é o pano de fundo onde se inscreveram os nossos gestos.
É assim no diálogo do presente com o nosso passado e de nós com o Outro que se encontra o caminho a trilhar para que Portugal possa hoje reorientar a sua situação debilitada. E é a reafirmação política da Europa que há-de condicionar a nossa reabilitação.
Nós assistimos a este compromisso firme, que Miguel Portas traçou até ao fim, entre o destino da Europa na sua conexão orgânica com Portugal.
Obrigado, Miguel, por tudo o que fizeste no plano público. Oxalá, bebamos a lição do teu exemplo.
Enviar um comentário