Umberto Eco: Perdi a minha elasticidade mental, mas sempre me resta a minha curiosidade. Digo que um sábio, depois dos cinquenta anos, devia ocupar-se apenas de poetas do Renascimento; a modernidade é para os jovens! Um joven investigador tem a curiosidade e a elasticidade mentais necessárias para se aperceber de que há uma técnica diferente de construção de janelas. Quanto a mim, não o teria reconhecido. Acredito, realmente, que é fundamental, para todo e qualquer filósofo, ocupar-se dos aspectos menosprezáveis da vida e foi isso na verdade o que fizeram Aristóteles, Sócrates... Foram os filósofos à maneira alemã, uma caricatura, que construíram a imagem de um teórico que não trata de pequenas coisas. Mas os grandes filósofos sempre se ocuparam da banalidade, da trivialidade, do quotidiano.
Marc Augé, Georges Didi-Huberman, Umberto Eco, L'Expérience des images. Paris, INA, 2011.p. 27.
terça-feira, 3 de abril de 2012
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1 comentário:
É isso mesmo! Concordo! Que mania do "SER", a dos filósofos alemães!
Já o tenho dito noutros contextos.
- Isabel X -
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