Mete-se a chave, corre-se o ferrolho,
Faz a primeira grade estrondo horrendo,
Vai o mesmo nas outras sucedendo,
Levando o guarda sobre o ombro o olho.
Um, deitado sem cama sobre o solho,
Outro a jogar, outro gemendo,
Aquele a passear, e este escrevendo,
Aqui se mata a fome, ali o piolho.
Um pedindo papel, outro tinteiro,
Aquele divertindo na assembleia,
Este chorando a falta de dinheiro...
Lutam os crimes seus na vaga ideia,
Esta a Tragédia é do Limoeiro,
Representada em cena de cadeia.
Bocage
Eloy do Amaral, Bocage: Fragmento de um Estudo Autobiográfico e Selecção Antológica. Lisboa, Ulisseia, 1965. p. 132.
sexta-feira, 7 de outubro de 2011
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