quinta-feira, 27 de agosto de 2009
Kennedy e a "nova esquerda"
Edward sobreviveu aos dois irmãos e esse facto parecia que ia marcar definitivamente a sua vida, como um estigma. Teve um início de carreira que mal inspirava um ténue benefício da dúvida. Nos anos 80, acabou por se impôr como uma figura sólida que aliava o nome, Kennedy, a uma corrente estruturada do progressismo americano, mobilizando à sua volta o sindicalismo democrata e os promissores jovens políticos liberais saídos da Universidade. Norman Birnbaum, actualmente professor de Ciência Politica, caracteriza bem este papel de Edward Kenney, aliás só possível depois que a esquerda europeia, e em seguida a esquerda americana, concluiram que era mais eficaz fazer intervenção politica com os partidos convencionais socialistas e sociais democratas, procurando rejuvenescê-los e reformá-los, que perseguir de fora a construção do “verdadeiro partido socialista”. No seu artigo, que pode ser lido no El Pais de hoje, Birnbaum recorda que muitas das decisões politicas do Senador “estavam impregnadas do legado do catolicismo social estadunidense que tinha sido a Igreja dos trabalhadores emigrantes. A sua atenção diária aos pormenores da vida politica vinculava esse aspecto às vidas quotidianas de milhões de cidadãos normais”.
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