Mas juntar documentos é muitas vezes um trabalho perdido, depois de longamente adiado e laboriosamente realizado. Ou porque ninguém sabe se está feito, ou porque não interessa a ninguém, além daqueles que o fizeram ou que tiveram a ideia de o mandar fazer. Resta a consolação de "um dia talvez".
"Um dia pode servir" é a razão dos arquivos, também dos que não são "históricos", de que a burocracia diariamente se encarrega, ora melhor ora pior, e que são a base dos "históricos".
O que fica escrito nas páginas que se seguem tenta contrariar a habitual inutilidade dos "arquivos mortos". Não é mais do que o resultado dum trabalho de arquivo e do que, apesar de tudo, se vai pensando enquanto se procura, se colige e se arruma. Das associações que se vão estabelecendo entre a Grande História e a pequena história, entre um passado que até aí julgávamos ignorar e o presente que julgamos conhecer.
Eduarda Dionísio, Liceu Gil Vicente. Um arranque invulgar, quando e onde. Lisboa, Escola Secundária Gil Vicente (Núcleo Museológico), 2006. p 3-4.
1 comentário:
Caro João Serra
O condicionalismo que nos é imposto, na maioria dos casos, está onde guardar o Arquivo Morto. Todos os que na prática passaram pela gestão de arquivos sabem que eles dividem em: Vigente, Semi-vigente e Morto. A duração que cada um deles tem e até aqueles que nunca podem passar a arquivo morto. Na minha vida profissional passei pela experiencia dessa gestão e nela, pela minha teimosia em não destruir o arquivo morto. Dessa teimosia resultou uma obra, História do INFTUR (Instituto de Formação Turística) 1965 – 2006. Uma história para quem se interessa pela evolução da Formação Profissional no nosso país. O resultado de quem não destruiu o Arquivo Morto.
Um abraço amigo
João Ramos Franco
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