20 de Julho de 1969:
E ali estávamos nós, os habitantes daquela casa na Avenida João XXI, olhando a televisão no quarto da senhoria, ela deitada, o cão aos pés da cama, surpreendidos, em silêncio, embaraçados perante aquele peso da história que entrava em directo nas nossas vidas. Lembro-me daqueles passos desajeitados de Armstrong, como se de um boneco se tratasse, e do misto de estranheza e rejeição perante aquele gesto de espetar uma bandeira americana no Mar da Tranquilidade. Pareceu-me um pouco ridículo e em certa medida excessivo. Sobretudo pouco generoso da parte do "imperalismo norte-americano", como denominávamos os EUA naquela altura, perante a humanidade perfilada diante dos écrans, humanidade aliás invocada nas célebres palavras do astronauta.
segunda-feira, 20 de julho de 2009
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4 comentários:
Lembro-me...
De ter acordado o meu irmão, apesar dos seus tenros três anos, na esperança de que quarenta anos volvidos, ele pudesse dizer:
Lembro-me...de ver o “Mar da Tranquilidade”.
MV
"Mar da tranquilidade"
40 anos passados, para os Amricanos só mesmo la Lua...
João Ramos Franco
Há quarenta anos, quase fiz uma directa...
em minha casa não havia Televisão....
Dizia o meu Pai, (Químico, quase Alquimista, e que buscava certezas, na Ciência...)que numa Televisão de (Salazar/Caetano) não se aprendia nada....,
Fomos em grande aventura a casa de uma Tia, que "Brasileira", rica e céptica, nos presenteou pela noite com Biscoitos e Vinho Generoso.... sempre nos foi dizendo que não acreditava, em nada do que via....
mas, como o meu Pai vibrava entusiasmado com a Aventura Espacial, lá nos foi deixando à vontade....
Foi um entusiasmo contagioso....o meu "Action Man", brinquedo com muitas histórias, passou a chamar-se Neil Amstrong....
Lembro-me que por essa altura as Selecções do Reader Digest vendiam um Globo Terrestre que trazia de Brinde o nosso Satélite....
O seu estudo, nesses tempos tinha algo de quase mágico.....uma coisa para iniciados....e lá em casa eramos todos "Homens de Ciência"...
Eram tempos que anunciavam mudanças!, qual "Mar de Tranquilidade"
Um Abraço Professor
PSimões
Estava na casa dos meus avós paternos na Guarda. Um calor sufocante que volvidos algum tempo teria dado aso à frase que entrou nas nossas vidas: "pois, desde que o homem foi à lua", ou "desde que andaram lá em cima".
Recordo a pequena teleivisão a preto e branco, e deveria ser o canal espanhol que era o que sempre se via lá. Eu e a minha prima estavámos divertidas e corriamos pela velha casa em alvoroço. Por vezes iamos à janela ver quem passava, mas não passava ninguém estava tudo a olhar para a lua em casa ou em cafés.
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