Idea Vilariño, poeta, crítica literária, ensaísta, tradutora e professora uruguaia. Nasceu em Montevideu, em 1920. Faleceu ontem.
Ya no será,
ya no viviremos juntos, no criaré a tu hijo
no coseré tu ropa, no te tendré de noche
no te besaré al irme, nunca sabrás quien fui
por qué me amaron otros.
No llegaré a saber por qué ni cómo, nunca
ni si era de verdad lo que dijiste que era,
ni quién fuiste, ni qué fui para ti
ni cómo hubiera sido vivir juntos,
querernos, esperarnos, estar.
Ya no soy más que yo para siempre y tú
Ya no serás para mí más que tú.
Ya no estás en un día futuro
no sabré dónde vives, con quién
ni si te acuerdas.
No me abrazarás nunca como esa noche, nunca.
No volveré a tocarte. No te veré morir.
Idea Vilariño
6 comentários:
Lindissimo este poema:final,definitivo,sem desculpas,segundos sentidos nem escapatórias.
Sou um muito esporádico leitor e apreciador de poesia (não, não há um poeta dentro de todos os portugueses), nunca leio castelhano e este é o primeiro comentário que deixo a um poema neste blogue. Porque me arrepiou.
JJ
O poema é de quem faleceu? Com certeza. Embora isso não seja dito. Não há pior negação do que o adiamento. De facto, agora, já não vai a tempo.
-Isabel X -
Não voltarei a tocar-te....
Ficarei a contemplar as nuvens, como rios de chuva...
Também há o futuro, para ser vivido pelos vivos....
Abraço,
NB
O poema é lindo sem dúvida.
O retratar do que se vai passar após a morte tem sentido de existencia muito forte..
João Ramos Franco
Que bonito.
A finitude do amor, por vezes.
A finitude da vida, certa.
bj
De repente este poema fez-me recordar, "Consideram-se Mortos e Morrem” de Alberto Morávia…
João Ramos Franco
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