Santo Ovídio
Porto, 29 de Maio de 1892
Caríssimo Prado
O mundo não existe - como nós já assentámos com robusta filosofia - e portanto só as Intenções, actos do Mundo interno, têm alguma valia no Universo, perante a Razão. Ora desde que cheguei a Portugal ainda um dia não passou sem que eu tivesse a Intenção de lhe escrever - e isto é consideravelmente melhor do que se eu lhe remetesse cartas, que, como factos do Mundo externo, seriam meras e ocas Ilusões. Assim, ao menos, as Intenções, únicas realidades, claramente lhe provam que entre os meus amigos de Lisboa me lembrei sempre do meu amigo de Paris.
Carta de Eça de Queirós a Eduardo Prado. In Beatriz Berrini, Brasil e Portugal: a Geração de 70. Porto, Campo das Letras, 2003, p. 135.
segunda-feira, 22 de agosto de 2011
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1 comentário:
Por que apressa-te cuja glória é tua hora?
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