Chegou a vez dos quadros que se formaram nas jotas há um quarto de século. O significado desta situação tem sido amplificado por alguns comentadores que manifestam uma espécie de desconfiança intelectual perante a legitimidade de quem desta forma ascende à liderança dos partidos.
Não me parece que tenham razão. Uma carreira política é um modalidade corrente em sistemas pluripartidários de aquisição e exercício de competências para a actividade política. Por outro lado, não está demonstrado, em tese, que o prestígio ou notoriedade adquiridos fora da vida política sejam garantias mais sólidas de probidade, rigor ou eficiência no desempenho de cargos públicos. Não estou convencido de que os professores, os juristas e os economistas profissionais estejam mais preparados para as funções da República do que os políticos profissionais.
quinta-feira, 16 de junho de 2011
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2 comentários:
Se é verdade que a experiência política seja um ingrediente fundamental de uma carreira política, a existência de uma formação em ciência política pode não ser despicienda, dado que faculta a compreensão da dimensão política dos fenómenos sociais.
Contudo, há exemplos de bons políticos cujo percurso foi diferente do enunciado, por ex., Mário Soares ou Miterrand.
Mas o afunilamento praticista de certas carreiras, ainda que salpicadas de uns laivos de teoria, sem lastro histórico-cultural, não augura nada de bom.
Tendencialmente, todas as profissões se resssentem (um pouco, pelo menos) de corporativismo.
Acho graça a comparar-me, e aos meus colegas professores, com profissionais de outras áreas com os quais convivo por motivos de vária ordem (famíliares, de amizade, académicos...) e ver como somos diferentes, como há outras formas de perspectivar questões que entre professores são vistas numa dimensão própria do exercício da profissão. Principalmente naquilo que diz respeito ao ensino e à escola.
Serve esta comparação para dizer que quem se move sistematecamente (apenas) no meio político, sem ter dado um "voltinha" fora desse círculo, tende a ter da política uma visão muito própria também. Sem excluir quem está nessas condições, parece-me vantajoso diversificar os recursos humanos a fim de criar equipas válidas.
Subscrevo o comentário do Vasco, principalmente quanto ao último parágrafo.
- Isabel X -
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