sábado, 24 de julho de 2010

Venho de dentro...

Venho de dentro, abriu-se a porta...


Venho de dentro, abriu-se a porta:
nem todas as horas do dia e da noite
me darão para olhar de nascente
a poente e pelo meio as ilhas.


Há um jogo de relâmpagos sobre o mundo
de só imaginá-la a luz fulmina-me,
na outra face ainda é sombra


Banhos de sol
nas primeiras areias da manhã
Mansidões na pele e do labirinto só
a convulsa circunvolução do corpo.


Luiza Neto Jorge
A Lume. Poesia. Organização e prefácio de Fernando Cabral Martins. Lisboa, Assírio & Alvim.
2ª edição, 2001

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