III Congresso Oceanos do Saber
No dia 25 de Março realiza-se o III Congresso Oceanos do Saber, este ano subordinado à temática “Os 100 Anos da República” e com uma organização conjunta da Câmara Municipal das Caldas da Rainha, do Património Histórico, do Colégio Rainha D. Leonor, da Escola Secundária Rafael Bordalo Pinheiro e da Escola Secundária de Raul Proença, bem como com a participação da Escola Básica e Secundária Fernão do Pó (Bombarral).
Programa
10h30: Sessão de abertura no Colégio Rainha D. Leonor presidida pela Câmara Municipal de Caldas da Rainha.
11h00: Conferência plenária – “OS 100 Anos da República”:
Moderadora: Isabel Xavier
Comunicações: Veiga Simão, Luis Reis Torgal e João Bonifácio Serra.
quarta-feira, 17 de março de 2010
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
11 comentários:
Só mesmo a comemoração centenária da República para conseguir juntar as três escolas (com ensino secundário) da cidade na organização de um mesmo Congresso.
Os alunos (mais de 500 inscritos) vão poder aprender de um modo diferente, com metodologias diversificadas, sobre os mais variados temas relacionados com a República. Vão poder escutar quem sabe, especialistas e investigadores credenciados, vão usufruir de uma oportunidade única, que de uma certa maneira antecipa o ingresso no ensino superior.
Na sessão plenária da manhã, mas também nas oficinas que se realizam um pouco por toda a cidade, durante a tarde, os alunos serão os actores e público de um conjunto de acções que envolvem ainda a Biblioteca Municipal, o Museu Malhoa, a Escola de Sargentos do Exército, para além das Escolas já enunciadas.
É justo referenciar o apoio da Câmara, do PH, mas destacar o Colégio Rainha D. Leonor, principal responsável pelo evento, que vem realizando há já três anos, desde a sua fundação, e ao qual quis este ano juntar (e muito bem) parceiros e comunidade.
É justo destacar ainda o entusiasmo e profissionalismo da Dra. Tânia Galeão e do Dr. João Pina, jovens professores, que tudo têm feito para que este dia venha a ser memorável.
Votos de Felicidades!
- Isabel X -
Oxalá o dia fique na memória, mas não pelas menos nobres razões - que há muito se adivinham...
Não há razões nobres, há razões, simplesmente: Talvez tivessem existido razões de nobres, mas isso foi chão que a República vindimou...
E de tal natureza foi a vindima, que as parcas uvas, desde então, pouco mais têm permitido que reles zurrapa...
Desculpe que lhe diga, mas as visões gloriosas do passado são tão ingénuas - e desinformadas - como as dos amanhãs que cantam. O vinho português apresenta hoje produções de excelência, em várias regiões, do Douro ao Alentejo, do Dão ao Oeste e Ribatejo. Novos enólogos substituiram a tradição pelo conhecimento e pela inovação. Tenhamos esperança. E orgulho.
Caro professor
Acompanho-o decidido na primeira observação, confiando que não me abandona (pois, o orgulho de que faz a apologia vence até a melhor oftalmologia...) na constatação de que os mais evidentes ensaios dos "amanhãs que cantam", e maiores tragédias do último século (comunismo, fascismo, nazismo), são as mais viçosas videiras enxertadas na cepa iluminada, republicana e francesa, mãe querida dos ressentimentos e delírios de meia dúzia de indivíduos de há 100 anos.
Claro que isto não se pode pensar. Muito menos dizer. A sacralidade das liturgias que se anunciam para os próximos meses não pactua com tão hedionda heresia - seja ela a mera suspeita de que os actos "comemorativos" do "tão puro e libertador novo começo de 1910" se traduzam em hossanas de endoutrinamento acrítico de mentes jovens que, se promovidos por uma sensibilidade diferente, imporiam o reacender de purificadoras fogueiras.
Cumprimentos.
Em todo o caso, caro professor, e sem querer abusar da metáfora vitivinícola, é avisado supor a possibilidade de a nossa enologia, que também eu aplaudo, ter conseguido, noutras circunstâncias, resultados em nada inferiores. Mas reconheço que se lhe sobram certezas quanto aos malefícios da tradição (novidade epistemológica absoluta, sobretudo neste domínio...) me faltam recursos retroactivamente divinatórios.
A expressão "endoutrinamento acrítico de mentes jovens" deixa-me dúvidas sérias sobre o juizo de realidade do meu pessimista comentador. Acredita mesmo que umas comemorações cívicas e culturais que visam basicamente contribuir para o reforço da consciência histórica dos portugueses se traduzem em "endoutrinamento acrítico"? Acredita mesmo que as mentes jovens se dispõem a ser acriticamente endoutrinadas? Acha possível tudo isso acontecer numa sociedade onde há pluralismo, o debate de ideias é possível, a opinião é livre?
Quanto a ressentimentos na história, quem pode dizer desta água não bebi nem beberei? Infelizmente nenhuma fórmula de poder tem as mãos limpas da arbitrariedade e até da ignomínia. Mas ao republicanismo se deve, desde os gregos e os romanos o princípio do império da Lei. Valha-nos isso. Mas desculpe, esta tribuna não quer "endoutrinar" - nem "desendoutrinar" - ninguém.
Por certo, caro professor, dificilmente esta tribuna conseguiria qualquer desses intentos; seja porque, reconheço, não é esse o seu propósito, seja porque quem a visita estará suficientemente instruído para distinguir informação e reflexão de propaganda (caso ela por aqui existisse, obviamente) e para não confundir "respublica" na acepção original e rica que invoca com o paupérimo, porque restritivo, contemporâneo sentido de "modelo de representação". O mesmo, contudo, e com a mesma segurança, não se poderá dizer das "comemorações cívicas e culturais" quando, invaravelmente, chegam às "mentes jovens" empacotadas em esquemas dicotómicos, maniqueístas (e neo-realistas, já agora) de discutível seriedade intelectual.
Interrupção para férias pascais. A República segue mais tarde!
Mas, já agora, por que há-de a "República" interromper-se e usufruir do interregno das pascais festividades?!...
(Boas férias, professor Serra)
Enviar um comentário