Antonio Dornelas era um homem grande, em todos os sentidos da palavra. No seu abraço, que agora perdemos, cabia o mundo da generosidade e da confiança. Dizer "gosto de" era nele tão natural como dizer "acho que". Uma boa conversa podia ser, com ele, também uma boa discussão. Para o António a lealdade era tão importante como a coragem e a lucidez. Perscrutava o futuro porque amava a vida. Por vezes podia parecer excessivo sem perder o sentido da mais fina delicadeza. Na luta desigual contra a doença, todos os dias renascia ora pelo ímpeto do sentimento ora pela força das ideias. Partilhar com ele o tempo intenso e vibrante do conselho, da preparação da decisão, da intervenção cívica e política mais nobre, da criação da amizade, foi um privilegio sem medida.
quinta-feira, 3 de janeiro de 2013
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
1 comentário:
Têm morrido homens leais e bons neste último período de tempo: Marques Junior foi outro caso assim.
- Isabel X -
Enviar um comentário